O que chamou a atenção para este vinho foi o fato de estar sendo comercializada a safra 2011 em 2016. Não é comum em Portugal acharmos vinhos brancos à venda 5 anos após a safra. Há uma regra no mundo do vinho que diz: os brancos secos devem ser bebidos jovens, com até 3 anos, para se aproveitar o frescor e os aromas de fruta fresca, flores e etc. Porém se há regras, há exceções! Existem vinhos brancos de boa estrutura e bom potencial de guarda. Nestes vinhos, depois de alguns anos de amadurecimento, não encontramos mais as frutas frescas e flores, mas sim aromas mais evoluídos e complexos. É comum percebermos mel, frutas secas, mineral e muito mais.
Gosto muito destes brancos amadurecidos e não resisti a este Lua Cheia em Vinhas Velhas. Ele foi feito com as variedades Viosinho (mais de 80%), Rabigato, Arinto e Verdelho. A fermentação se deu em barricas de carvalho, nas quais estagiou por 8 meses com battonage. Aos olhos apresenta cor amarela limão pálida com reflexos dourados. No nariz é intenso, complexo e provocante. Percebe-se um mineral muito bem integrado com a madeira (baunilha) e um toque de maçã. Na boca é seco, muito fresco e untuoso, repete os aromas percebidos no nariz com boa intensidade. Tem corpo médio e final persistente. É um vinho equilibrado e de boa estrutura, bom para beber agora, mas ainda pode ser guardado por mais alguns anos. Mérito dos enólogos João Silva e Sousa, Francisco Baptista e Manuel Dias.
Origem: Douro
Produtor: Lua Cheia em Vinhas Velhas
Tipo: Branco
Uvas: Viosinho (mais de 80%), Rabigato, Arinto e Verdelho
Degustador: Rodrigo Vieira
Degustado em: jan/2017
Nota: 91